Silêncio
Na ausência do som, se pensa melhor...
Produz-se mais.
Percebe-se o ambiente, decifram-se os cheiros.
Sente-se, parte por parte, o corpo... Inteiro.
Nessa ausência (escassa) a mente se espaça.
Os sentidos se expandem.
Os olhos aguçam.
Os ouvidos aguardam, ávidos, por qualquer indício de vida...
De movimento, de caos, de algo...
Quando o que se tem é somente... A paz da ausência.
Escrevo, por que a ausência de sons, não tenho, nunca terei
Vivo ouvindo, falando, ponderando, pensando, negociando
Vivo.
E a meus ouvidos, e a minha mente, não pertence essa benção.
Mas meu coração, que tanto já gritou, resmungou,
Que sonhava e me inspirava, com frases desses sonhos...
Que declamou incontáveis vezes, sangrando, mil palavras de amor...
Hoje já não reage mais...
Dele só tenho...
Silêncio.
LK