O velho rio

O velho rio

Entre raízes

barrancos e matas

que sustentaram o peso

dos pioneiros

até no olhar

no pisar

do solo virgem

que se desnudou

frente à maldade

impensados atos

contínuos crimes

a partir de então

contra a natureza surpresa

que os abrigou

do sol forte que fez brilhar

o ouro dos insensatos

correndo para o mar

levando gritos e gemidos

sonhos e frustrações

o velho rio lavou feridas e rostos suados

matou a sede

viu nascer o ímpeto desbravador

às margens lendárias

ferido hoje de morte

sucumbe agonizante

(Zarley Starling – 11/12/1999)