Havendo lixo na rua
Havendo lixo na rua
Impera lixo na arte,
Havendo lixo na arte
A verdade morre nua,
A vaidade corre crua...
Havendo lixo na rua...
A podridão não se mensura,
Havendo lixo na rua,
Não há poesia que dura
Na dura realidade lixo
Havendo lixo na rua.
O povo come lixo,
O rei desfruta luxo
Havendo lixo na rua
Impera lixo na arte,
O rei em seu iate
Desfruta em toda parte
Do luxo que lhe é dado,
Havendo luxo no rabo
Impera lixo na rua,
A arte morre calada
O povo toma no bunda
O rei desfruta o regalo
Se há lixo na arte.
Rio de Janeiro, 5 de julho de 2012.