Havendo lixo na rua

Havendo lixo na rua

Impera lixo na arte,

Havendo lixo na arte

A verdade morre nua,

A vaidade corre crua...

Havendo lixo na rua...

A podridão não se mensura,

Havendo lixo na rua,

Não há poesia que dura

Na dura realidade lixo

Havendo lixo na rua.

O povo come lixo,

O rei desfruta luxo

Havendo lixo na rua

Impera lixo na arte,

O rei em seu iate

Desfruta em toda parte

Do luxo que lhe é dado,

Havendo luxo no rabo

Impera lixo na rua,

A arte morre calada

O povo toma no bunda

O rei desfruta o regalo

Se há lixo na arte.

Rio de Janeiro, 5 de julho de 2012.

Well Calcagno
Enviado por Well Calcagno em 10/09/2012
Código do texto: T3875661
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