Não sei quem sou...

O espelho é a moldura do meu retrato,

Face a face procuro jogar limpo e sincero,

Olho no olho e assim não me destempero

Diante dos segredos que cuidadosamente guardo.

Instante pessoal de prestação de contas

Perante atitudes que em mim não conhecia,

Defronto-me numa análise longa e fria,

Mas a pesquisa é infrutífera e me desaponta.

Indago-me: Por que estou sem resposta?

Sou eu mesmo que diante de mim se posta

E o vazio é o contraponto de um íntimo escasso...

Perfil em que me sinto estranho e espesso.

Num átimo desvendo que a mim mesmo desconheço...

Esmurro o espelho que se quebra... agora, onde me acho?

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 10/09/2012
Código do texto: T3875570
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