TEMPO

Ó senhor do destino,

Que faz tocar os sinos,

Ancião e menino,

Assim é você.

Que é cantado e versado,

Amado e odiado

E por mais que se queira,

Não se pode te ver.

Chega assim bem mansinho,

Traz lembranças, faz carinho

E quando quero mais de ti,

Faz só acelerar.

Incompreensível, dinâmico

Inconteste! Admirado aqui

E em Budapeste, e quando penso

Que não te ter é coisa dos urbanos,

Vejo enlouquecer por sua falta,

Os campestres.

Ó senhor dos meus destinos,

Traga-me aquilo que deixei por lá,

Leve-me de volta aos tempos de menino,

E fez-me cego para não lhe ver passar.