EU SOU A MENINA
Eu sou a menina que brincava de casinha,
Que corria de pés no chão pela calçada.
Eu sou a menina de sardas e franjinha
Fazia parte do bom tempo e da criançada.
Eu sou a menina dos laços grandes de fita;
Vestido rodado, faixa amarrada na cintura,
Sapatos de fivela, acreditando na buena vita:
A vida simples onde a magia era uma candura.
Eu sou a menina que o tempo desgastou e me perdeu.
Fui empurrada pra frente, bem na frente de onde estou,
Conheci a realidade do tempo e do luto que apareceu
Triplicado no adeus; dentro de uma história que marcou.
DIONÉA FRAGOSO