pra quê a dor?
“vamos, cara, beba mais um pouco,
até ficar bêbado mesmo,
olhe para as mulheres, ainda que discretamente,
paquere-as com aquele olhar guloso,
seja mais homem, ou mais gente...”
e a mulher do cara dirigiu a quem falava
aquele olhar ameaçador
o sujeito mesmo nada falou,
ficou branco, parado,
num canto da cabeça reverberando:
ameaçador, provador, provocador,
paquerador, pra quê a dor,
aparador, esvoaça a dor...
e aí a mulher dele, jovem ainda,
inclinou-se na sua direção,
deu-lhe um beijo na boca,
permitindo que a saia se levantasse
e que todos vissem
que estava sem calcinha