A REVOLTA
A revolta guarda o medo quando choras
Espelho da magoa, mãe da tua indignação.
Nos olhos o silêncio estampado no coração
Como se a juventude fosse um ancião que te implora.
A insensatez grita e a melancolia te consola
Sob a luz da covardia, escondida na solidão.
Saciado ainda guarda insatisfação,
Ignorado ainda ignora.
Blasfema tudo que o abençoa,
Resignado ama e amaldiçoa
No rio por onde navega a irresponsabilidade.
E sem alma aconselha cada pessoa
Vivendo pouco a pouco do grito que ecoa
Preso na garganta da tua própria mediocridade.