PRELÚDIO DA SOLIDÃO

Quando nos bastava apenas um sorriso,

na hora em que um olhar tornou-se tão preciso,

quando no ensejo nada mais se explica,

quando um simples beijo passa a ser relíquia.

Quando a gente implora por um gesto apenas,

enquando decora palavras amenas,

quando uma canção torna-se nosso tema,

quando um simples verso vira um teorema.

Quando um parco abraço ilumina a alma,

e um afago inunda toda a nossa calma,

quando uma lembrança enfim nos embriaga,

e um fio de esperança qualquer coisa traga.

Quando no silêncio ecoa o próprio grito,

e um ombro amigo é maior que o infinito,

quando escorre a lágrima e por ironia,

a boca reclama um pouco de euforia.

Quando o que se sente já não faz sentido,

e qualquer murmúrio torna-se um alarido,

quando num instante tudo desentoa,

e nossa voz somente no universo ecoa.

quando a luz se apaga na sala vazia

e a noite se entrega ao clarão do dia,

quando a gente sonha de olho entreaberto,

e acorda tristonho, sem ninguém por perto.

Quando nada mais resta, ao acabar a festa,

quando fecha-se a cortina e a ilusão termina,

quando vem o tédio, quando vem a dor,

quando o coração pede, um pouco mais de amor.

É nesse momento que sempre te chamo,

e na tua ausência repito: te amo.

Saulo Campos- Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 08/09/2012
Código do texto: T3871590
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