OLHOS D'ÁGUA

Rebentos cristalinos

do ventre fecundo,

do seio profundo,

Caparaó,menina dos olhos.

A vida lhe sorri pelos lábios da mãe,

escorre e corre para o abraço,

nina nos braços

Esquerdo e Norte,

do berço para a morte.

Sumidouro,

ouro, de tolo

onde há fumaça sem fogo.

Véu de noiva

grinalda de orquídeas.

Águas de cheiro

perfumam as ninfas,

alecrim, manacá, jasmim.

Serpenteia ao léu

no jardim do éden,

sem maçã,

sob o anil do céu.

Chora o céu

a tristeza de Deus,

na dor da margem do meio

rasga o seio,

sangra

tinge o mar,

inunda olhos d’águas

nas mágoas do matuto

sem lágrimas para chorar.

Homenagem ao Rio Itapemirim, fonte de vida, de seu berço na serra do Caparaó até seu destino, Barra do Itapemirim.

Rose Tunala
Enviado por Rose Tunala em 07/09/2012
Código do texto: T3870765
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