Doutor Adão, o doido

- Bom dia, doutor Adão.

- Vai lavar o cu, cagão.

Assim ele respondia

a quem o cumprimentava

querendo fazer gracinha.

E saía receitando pelas ruas

“remédios” para quem o consultasse.

- Doutor, tenho cefaleia.

- Vai tomar merda em pó.

- Doutor, quero engravidar.

- Vai cagar de cu pra riba.

- O que é bom para lombiga?

- Chá de pentelho de velha.

E assim ele prosseguia

em sua bizarra medicina

nevrálgica simpatia.

Doutor Adão, que saudade!

Fui curado com o riso que fazias rebentar

toda vez que te encontrava.

Nas loucuras que dizias

descobri que a doidice é irmã da poesia.