Uma Alma Doente (12 Passos dos Alcoólicos Anônimos)

I

Olá, espelho meu velho amigo

Envelheci alguns anos adiante,

Estivestes aqui junto comigo,

Em cada momento angustiante

Já não reconheço essa imagem

Refletida diante da tua luz,

Faltou-me a fé, luta e a coragem

Quando essa fraqueza expus.

A barba malfeita é o indício

De que perdi todo meu orgulho

Beijando a compulsão do vício

Caído em um constante mergulho

As pálpebras pesadas doem,

Minha insônia há tempos perdura

Os dias, meses, anos correm,

Diante desta realidade tão dura!

Agora sinto o corpo sacudir,

O demônio sentado ao meu ombro

Tenta ludibriar e me seduzir

Neste seu maquiavélico assombro

Ouço as vozes debatendo na mente

Sussurram suas idolatrias,

Elas gritam em meu subconsciente,

Em suas dolorosas fantasias!

Vejam a minha alma vai morrendo

Criando seu único círculo vicioso

Na lenta angústia vou padecendo

Diante do monstro poderoso!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 07/09/2012
Código do texto: T3869460
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