Palhaços no meu jardim.

www.pporto.blogspot.com ("Patricia Porto - Sobre Pétalas e Preces)

Para os que tão pouco souberam amar,

ou não souberam amar,

os frios, calafrios, os finos da loucura,

os fracos de coração e juízo,

os que morreram de amor e camélias,

os que escolheram caminhos tortos a seguir,

os que sucumbiram à dor e disseram basta,

os que tiveram todas as horas estúpidas pra contar e perder

- e perderam...

às Todas dobras possíveis de tempo sem direção -

os cantos, os becos, o imponderável dos vazios, as memórias fabricadas,

a imensidão da lógica, o amor, os dia de calor e cálculo,

os Vazios do quadro, os vazios do pensamento

- e os plenos de possibilidades e desejos...

Aos sem paradeiro, os de famílias desorganizadas,

os que fracassam por tentativa extrema:

pouso de pausa, encontro, o silêncio da solidão acolhida,

um sopro que atravessa a arte - bissexta.

Aos contraditórios, sujos, desequilibrados,

os retirantes, vagabundos, vadios, confusos,

os que viveram sem o cunho da elevada moral,

os sem ambição, sem pedigree,

os vira-latas, os indecentes, os sem berço e nem cuia,

os transeuntes de sorte madrasta,

os tontos em exercício e os excêntricos de profissão,

os grotescos, os apaixonados:

os Vazios do sentimento a preencher,

a Beleza de face adversa,

o tombo da água

no parto do mundo

O outro a espera sedento

e o grito do Novo

numa entrega sem fim

Patricia Porto

Patricia_Porto
Enviado por Patricia_Porto em 06/09/2012
Código do texto: T3868926
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