Rio Capibaribe
Pela varanda do meu apartamento,
Enxergo en"graçado", no bairro das “Graças”,
Serpenteando, com suas águas mornas e calmas,
O Capibaribe, outrora cheio de “Graças”.
Linda vista a se desfrutar!
Ele vai indo, tranqüilo,
Levando seu húmus para o mar,
Riqueza que antes dava vida, como o Nilo.
A canoa calha no areal!
Um homem-caranguejo,
Habitante surreal,
Atira sua rede com desejo.
Poucos pescados, sem fartança.
O rio está “fraquinho”,
Empobreceu como a esperança,
Do homem ribeirinho.
Garrafas passam boiando!
A luz do sol reflete seu brilho.
O homem pára e olha aquilo.
O que estará pensando?
Talvez no seu pensamento,
Garrafa em peixe se transforme,
O rio volta a lhe dar o sustento.
E ninguém mais de fome morre.