::: Poema da manhã :::

Deixo as lembranças soltas no ar

E rasgos nas fotografias

Espalho pelo chão de vento

O que restou daquela poesia.

Quero antes chorar minhas dores

Por um dia longo e inteiro

Mas depois viver todas as cores

De janeiro a janeiro.

E beijar em um céu infinito

Um pouco do sorriso lunar

Que aos poucos me possui

Num simples e sincero versejar.

Rendo-me nesse momento exato

Desarmo meu coração enfurecido

Vejo a vida de um outro panorama

Mais incerto e colorido.

E olhares na ociosidade humana

Que desmentem verdades inteiras

Essas coisas que dizemos sem saber

Ou por pensar ser brincadeira.

Na verdade, o mundo é covarde

Jamais soube o que é sonhar

Se eu sou tão imperfeita assim

É porque não desisti de acreditar.

Viro a página, rasgo o verbo

Coloco um ponto final neste fim

Que pensa ser racional

Não pra mim.

Ana Luisa Ricardo
Enviado por Ana Luisa Ricardo em 06/09/2012
Código do texto: T3868407
Classificação de conteúdo: seguro