SEMELHANÇA

SEMELHANÇA

Tenho ido igual folha de papel.

Horas, ao sabor de intensa aragem.

Horas à mercê da calmaria,

Que me define, que me conceitua!

Folhas de espaços em branco em minha vida,

O que me oportuniza fazer história.

Tenho volitado e, de inopinadamente,

Horas aterrisso abruptamente. de sobre aviso,

Como folha de papel amassada, desgastado.

Totalmente desgovernado por dentro e por fora.

Sem reflexos de mim mesmo.

Horas decolo aos solavancos, quase na marra.

Pegando, como se diz na gíria, no tombo.

Mas, continuo cônscio e vivo...

Horas fico balouçando à deriva,

Como um barco sem porto!

Viajando entre pensamentos e fantasias.

Tentando fugir da realidade!

Fico assim entre sonhos e miragens...

Entre rimas e metáforas, fazendo de conta.

São nessas horas que nasce o poeta.

Albérico Silva