[Exceto o Amor...?]
A flor entre flores,
tombada, enfim!
Ciclo cumprido,
exauridas carências,
a seiva faltante —
ah, a resignação
que tanto me falta!
Quando te deixei ir,
olhei em meus olhos...
São os meus olhos,
só os meus olhos...
Condenam-me sempre,
nunca me salvam!
Agora, caminho só...
O vento insiste;
geme lonjuras
na pedra molhada
da minha face!
Contemplo a tarde,
ouço aquela flor,
e morro com ela...
Morro, pois afinal,
tudo só acontece
uma única vez.
[Exceto...?]
A esta hora,
viajas longe,
bem longe
— sem mim!
Torno a pensar,
e não entendo
por que aquela flor
tombou, enfim...
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[Desterro, 06 de setembro de 2012]