Primavera
Observo da minha janela
Quão belo um ipê amarelo
Conversando feito tagarela
Com outro ainda mais belo
Arranjos divinos brotam discretos
E exuberantes se manifestam
Jardins inteiros são prediletos
Todas as flores viçosas se mostram
O sereno chora gotas de lágrimas
Emocionado por tanta alegria
O sol bate palmas crepitadas, lástimas
Que o vermelho crepuscular anuncia
Um céu azul ou um cinza de chuva varia
E os pássaros cantam mais bem vestidos
Engrossam o coro da melodia
Os que são tímidos e os exibidos
Um grande sorriso inaugural
É todo dia quando nasce
Fazem um bem sem igual
Acenos em tudo que floresce
Canteiros fogem da austeridade
Quanta cor em pintura pincela
Vasos enfeitam vidas com felicidade
Quanto perfume nas pétalas da primavera