Supermercado
Abarrotadas prateleiras
de artigos variados
me convidam para a farra
de consumista forçado.
E pelas filas que vejo
diante dos caixas lotados
concluo que essa gente
padece do mesmo mal.
Enquanto vou retirando
os produtos desejados
vigia a calculadora
os meus gestos calculados.
Entre frios e enlatados
produtos para limpeza
verduras e derivados
e tudo que é necessário
vou deixando para trás
fatias consideráveis
do meu tão magro salário.
Enquanto isso, eu penso
em tantas coisas que a gente
jamais poderá comprar
- embora precise tanto! -
carinho sem hora certa,
gratidão – artigo raro,
sinceridade, respeito
e outras preciosidades
que nunca estão no mercado.