VIDA

E enfim findaram-se tardias as noites sombrias

Pois minh’alma vazia enchera-se de ti,

Tornando sábias as frases baldias

Que o tempo fazia-me aos berros exibir...

Falava sagaz que ninguém era capaz de fazer-me apaixonar,

Dizendo contente que o amor não era valente,

Nem tampouco suficiente para minh’alma domar...

Cantava irônico de um amor afônico que queria brotar

E falava de amor sem sentir o ardor que pairava no ar...

Sentia-te tão perto, mas sempre tão certo, não sabia te amar...

Agora contente. Nem um pouco valente, entrego-me a dor,

E canto aos berros o amor que a ferros minh’alma alcançou,

E meio discreto deixo concreto o amor que me transformou.

E conto ao mundo do que a fundo minha vida mudou...

E relevo-me aqui,

Pois sei que a ti,

Cabe o êxito do meu novo eu...

Replantando em mim o amor que por ti, há muito nasceu...

Falando do meu eu, que não é mais meu.

E que por êxito teu, se pôs a mudar,

Entrego-te minh’alma, que agora com mui calma,

Sei que também há de melhorar...

E digo contente que agora valente sou capaz de sonhar,

Pois replanto na vida a semente do amor que se pôs a germinar,

E volto-me a ti, só que agora bem leal,

E entrego-te meu amor, pois amar-te, é da vida o mais real.

Edson Wander
Enviado por Edson Wander em 19/02/2007
Código do texto: T386618