EU, AMADO
Discretamente batia-me as portas um novo sorriso,
Mas a face, translúcida, não queria se demonstrar,
E eu, amado, meio que indeciso,
Não queria, ao amor, me entregar...
Fugia dos sonhos que eram repetidos,
Nas noites tão claras que eu em claro insistia em passar,
Pensando no amante que não houvera esquecido,
O amor que no passado insistia em me dar...
Até que os sonhos repetidos, repentinos, me voltam,
A falar-me do amor que eu, amado, insistia em olvidar,
Deixando-me a face umedecida para que então,
O meu amor, ao amante, pudesse entregar...
E eu, amado, mas agora também amante,
Regozijo em delícias, felicidades e calma,
E as chamas do amor, agora brilhantes,
Enfeitiçam e inebriam minh’alma...