Rotina

Minha rotina assemelha-se a um pirilampo:

Acende e apaga... acende e apaga... acende e apaga...

Em brevíssimos intervalos penso nas migalhas

Que o tempo concede para livrar-me dos desencantos.

No “status-quo” em que o social hiberna

Há uma avalanche de folhas que o vento sopra

E mesmo que o verde seja um retrato de outrora

Ainda há quem adormeça à espera da vida eterna.

As horas consomem em crediário os minutos

E quando há gritos que parecem insultos

A rotina se mantém estéril perante sua doutrina...

Há vales secos e cerrados dantescos e úmidos

Em que a brisa trata com carinho o húmus

Donde se extrai o pólen de uma sensibilidade híbrida!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 04/09/2012
Código do texto: T3865721
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