Ser mulher

Como sobreviver em um mundo cheio de preconceitos, desrespeito, onde somos encaradas como objetos, dejetos de uma sociedade corrompida que não enxerga que a vida só resiste por compartilhar de nosso dom.

Somos taxadas de seres fracos, mas temos força o bastante para enfrentar o mundo e transformá-lo, ou pelo menos tentamos e com uma ousada ambição de fazê-lo melhor.

Nossos atos são medidos não pelo que somos, mas pelo que representamos, numa tentativa familiar de cultivar valores que nos desvalorizam e nos torna mais um objeto de um sistema machista e homocêntrico.

Um homem do lado nos faz ser mulher, um anel no dedo nos dá independência.

E onde fica nossas lutas, nosso suor empregado no que acreditamos, queremos e fazemos desta vida? Case e você saberá o que tudo isso vale.

Sem direitos, sem valor, tudo o que faz a torna alvo de críticas e repúdio.

Não merecemos respeito pelo que temos dentro de nós, mas pelo que representamos para o bem estar do status familiar, o zelar da imagem de boa moça que deixa confortável a visão da boa criação. O que vales é a boa imagem de uma família ideal.

Nada de especial, se deixamos de lado o valor de ser mulher, ditando de anormal seus anseios para preservar costumes que nos menosprezam.

Mulher de luta e luto, por causa de uma pureza deturpada que nos é imposta como realidade, quando nem mais se sabe ao certo o que ela representa ou é.

Pureza confundida muitas vezes com direito de ser apenas mulher. Nisto se esquecem que somos de carne temos desejos, sentimentos, sonhos e projetos como qualquer ser, independente de parceiros, dotes ou “famílias perfeitas”.

E não me veja como puta, perdida ou dá vida por expor minha opinião, simplesmente tente ser mulher que luta, que chora, que estuda, que amamenta, que trabalha, que planeja, que sonha, que explora, que conquista, que tem voz, que tem alma, coração, perspectivas.

Tente viver sua vida, mas não deixe de valorizar a mulher de verdade, do jeitinho que ela é.