CURVAS OBTUSAS

Permita-me hoje
Pelo menos uma vez
Mostrar quem sou de fato
Exibir minha face negra
Minha esquálida silhueta
Minha aura combalidada
Meu pesar em forma de sombra
Meu perfil perfeitamente imperfeito
Todos os meus trejeitos mal traçados
Todos os meus remendos mal costurados
E meu semblante mal iluminado
E o meu desgastado trilhar
Meu corpo abalado e baleado
E ao meu lado apenas em estado de graça
Aquela dor fina que azucrina
E tal como efeito de morfina
Me faz inerte, celeste, cipreste
Para aceitar essa sina de sofredor.





Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 03/09/2012
Reeditado em 03/09/2012
Código do texto: T3864179
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