Abismo de Satã

Disseram-me: sua poesia é fraca,

Não parece poesia, guardei,

Sei lá onde, dentro da carne..

E continuei com a minha poesia

Boba, fraca...poesia duvidosa,

Sem expressão e imatura...

Eu guardei: “poesia

Não é isso, não sabe forma?”

Que raio é forma

Quando o que se

Escreve não cabe

Em nada que existe?

Ou não se encaixa

No agrado dos poetas

Bem vestidos, ditadores

Da qualidade....

Eu escrevo, e minha poesia

É fraca, mas isso se deve

Ao cansaço de ir buscá-la

Nas beiradas do inferno...

Pois eu não faço poesia

E nem as crio, eu as recolho

Do abismo de satã...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 03/09/2012
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