Abismo de Satã
Disseram-me: sua poesia é fraca,
Não parece poesia, guardei,
Sei lá onde, dentro da carne..
E continuei com a minha poesia
Boba, fraca...poesia duvidosa,
Sem expressão e imatura...
Eu guardei: “poesia
Não é isso, não sabe forma?”
Que raio é forma
Quando o que se
Escreve não cabe
Em nada que existe?
Ou não se encaixa
No agrado dos poetas
Bem vestidos, ditadores
Da qualidade....
Eu escrevo, e minha poesia
É fraca, mas isso se deve
Ao cansaço de ir buscá-la
Nas beiradas do inferno...
Pois eu não faço poesia
E nem as crio, eu as recolho
Do abismo de satã...