Podia voltar pelos mesmos passos por que se foi
Podia voltar para o tempo talvez de depois
Podia voltar para o mundo onde havia só nós dois

Mas se foi. Deixa esses passos perdidos de depois
Mas se foi. Esquecida demais do que nunca se foi
Mas se foi. Despedaçando este pouco de nós dois

Podia voltar, mas quis ir, e querendo é que se foi
Para longe de mim assim e ainda para mais distante
Tão perdida quanto eu morto das coisas que fomos antes

E eu, talvez, não sou mais nem o que podia ter sido
Sou aquele que não fica, aquele de quem se esquece
Seus passos idos no caminho já há muito perdido
A primeira lembrança que tão logo desaparece
A tola esperança do que podia ter acontecido
A dor tamanha de uma saudade que permanece
Que, cega, segue adiante como se não tivesse sentido
A ilusão do amor feito a mais bela flor que fenece
E que jaz ali como se o dia não tivesse amanhecido

Podia voltar. Mas deixa. Deixa, não carece, esquece
O que parece é que nada haverá de ser como antes
Quando a gente não vive mais a gente só padece
O jardim florido de nossos sonhos um dia apodrece
E mata aos poucos o amor que sentimos distantes
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 03/09/2012
Reeditado em 03/05/2021
Código do texto: T3863641
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