Sinto falta de ti!
Espera por mim, porque ainda não acabei.
Senta-te à sombra do Carvalho e assim espera um pouco mais por mim.
O tempo ainda não acabou, porque tu partiste?
Algo que te fiz? Ou apenas porque tinhas que partir sem mim.
Agora, como vou fazer para continuar o que até aqui juntos fizemos?
Não sei o que poderei realizar sem a tua companhia, o teu cúmplice olhar.
As razões não mais me importam, agora. Sonho com o momento do reencontro,
mas temo que os caminhos nos sejam diversos e nosso existir tenha se perdido na encruzilhada entre a vida e a morte.
Só sei que estamos separados não por uma parede, por uma fronteira, por algumas horas,
mas estamos distantes por todas várias vidas que se perderam nas andanças do tempo.
Por onde tens andado, não sei mais. Vejo-te em minhas lembranças, mas não vislumbro o teu olhar jamais,
Como resistir à vida sem a tua presença, o teu acarinhar meus cabelos tingidos por sangue e suor, após batalhas insanas travadas contra homens que jamais antes havia visto e já os odiava quando do nascer a fúria dentro de mim e os respeitava ao ver os seus corpos já sem vida prostrados ao chão de poeira, sangue e dor?
Sinto a tua falta, sinto falta de tuas palavras, de teu carinho. Por que a vida prega tais peças?
Caído fiquei quase inconsciente. Ferido, meu corpo inerte sendo pisado por outros na batalha feroz, trágica.
Estranho. Sinto-me presente, porém distante.
Sons, gritos, desespero, dor.
De repente, um novo mundo, novas mãos me embalando. Um recomeço?
Para quê? Se tudo o que tinha ficou separado por anos, talvez séculos de existência.
Onde tu estás? Para onde fostes? Para onde te levaram, meu amor?
Sinto falta de ti, de nossas tardes, de nossas brincadeira infantis, estou só e só.
Adeus, meu amor!