ZONZEIRA
Escapam-me dos dedos
As páginas da revista.
Zonzo o olhar,
Zonzas as vistas...
Virá?
Viro as imagens
Até a virada da noite...
Bate o sino.
Meia-noite.
Meia-vida.
Chinelos zonzos,
A cabeça zonza,
Zonzas as sombras na parede,
Os óculos fora do lugar...
Virás?
Tudo é vertigem e incerteza
Dentro do tudo-nada.
(... por um triz ...)
Na tela alva da vida
Ou no branco imaculado do lençol .
foto: andré adeodato