ZONZEIRA


Escapam-me dos dedos
As páginas da revista.
Zonzo o olhar,
Zonzas as vistas...
Virá?

Viro as imagens
Até a virada da noite...
Bate o sino.
Meia-noite.
Meia-vida.


Chinelos zonzos,
A cabeça zonza,
Zonzas as sombras na parede,
Os óculos fora do lugar...
Virás?

Tudo é vertigem e incerteza
Dentro do tudo-nada.
(... por um triz ...)
Na tela alva da vida
Ou no branco imaculado do lençol .






foto:  andré adeodato

KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 03/09/2012
Reeditado em 03/09/2012
Código do texto: T3862568
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