CALAR-ME
Hoje eu apenas quero me calar
E ouvir os sons da minha alma
Que ainda palpitam juventude dentro de mim.
Hoje eu quero apenas o silêncio
Para escutar um coração que ainda parece palpitar
Em dores tantas, mesmo assim.
Hoje minha alma grita no silêncio da noite fria
De um inverno que já vai se despedindo
Um ocaso amarelado na curta existência.
Em chãos batidos de tantos longos passos
Sigo um caminho que não é meu apenas
Silenciado em almas puras em penitência.
Hoje eu apenas quero me calar
E deixar esvair minha alma em inquietude e agonia
Na imensidão das vozes que gritam em meu corpo.
Hoje apenas quero ouvir o som da sepultura
O clamor de mortos, feridos, enterrados e inumados
E me sentir como sou, vivo ou morto.