Mistérios e Devaneios de um Bardo Solitário

Um frio percorre a espinha

na floresta onde moram silfos

e são liturgias de encantamentos

por entre sonhos e superstições.

Um assovio é o grito noturno

de um pássaro flamejante

viajor das eras e guardião

dos olhares mágicos de Poimandres.

Os sussurros lunares prateiam

cabelos longos de deidades

esquecidas e adormecidas

por entre os pilares da criação.

E a canção é a voz rara das estrelas

que embalam as penumbras com luzes

e enfeitiçam as ninfas do lago cristalino

que morrem e renascem todas as manhãs.

Um frio percorre as falésias do meu ser

é o sopro soturno e mortífero de Éolo

esquecido em sua fortaleza flutuante

e isolado pelas grandes muralhas de bronze.

Madrugadas de planetas solitários

onde eu deixo a poética dizer

meus lugares inóspitos e secretos

me embriagando dessas velhas cantigas.

Risco o firmamento de cometas e sonhos

e o amanhã sempre será um novo verso cósmico...