AMBIGUIDADE

AMBIGUIDADE

Na ambigüidade

Da loucura e da razão

Existe o meio termo

Ai se situa o equilíbrio.

As mãos mágicas

Derrama perfumes embriagadores

Amenizando a inefável desilusão

Do amor que falsamente

Ela dedica a sua criatura.

Os dias frios partem

Deixando lembranças tristes

Sepultadas em saudades

Mas com a esperança

Da chegada de mais uma estação

Há dias fartos, repletos, em cores

Córregos e cachoeiras arremetam cristais

Nas pedras resignadas

Que mesmo sendo maltratadas

As recebem com carinho

Os pássaros revoam alegres

Bordam o céu em sucessivos

Desenhos arquitetônicos

De uma beleza incomum

Em uma coreografia única e harmoniosa

É sempre ela, a natureza

Cantando o seu poema

Nas mais belas melodias

Chegando aos ouvidos de Deus.

Em meio aos desequilíbrios

Existe o centro que não é efêmero

É a aliança entre o homem descuidado

E o criador zeloso que sustenta a esperança

Na ambigüidade da dúvida

O ser deixa de refletir a claridade dos dias

Mergulhando em falsas noites

Preferindo olhar o chão com seu lodo

A contemplar o céu onde fulguram estrelas.

O ser deve impor-se a tarefas,

Abrir janelas de otimismo

Usar a luz nos vãos escuros

Mediando o aroma da esperança

Ficando o que é dado pelo criador

Com tanto amor.

Aquele que não possui capacidade

De sustentar seus embates

Fracassam na condição de viver

Perdendo a decisória batalha

Os sonhos trazem esperanças

Equipam os fracos para serem autores de histórias

Fazem os tímidos terem golpes de ousadias

E os derrotados construírem suas oportunidades

Sonhem!!!!

Luiz Menezes de Miranda