A CIDADE E O TEMPO
Santa Ana,
O menino cresceu,
Já não cabe no seu colo de avó
Nem no da outra
Que partiu repentina
Sem se despedir
O riacho já não corre mais
Derrubaram o flamboiã
Demoliram a casa...
O tempo implacável
Há de apagar da memória
As lembranças derradeiras
De sol nos paralelepipedos
De vozes no mercado
De risos na tarde
Distante de ti
No exílio acre
E camaleônico
O menino cresceu,
Virou homem,
Santana!