Pacto de Sangue
Pacto de sangue
Enfrentei gigantes, enterrei fantasmas....quantos..
Quiseram ferir-me à face, coices e foices n'alma.
Tenho medo de tubarões, encalhados nas areias da vida...
(Esses sim, são perigosos!.)...
E de túmulos abertos, corpos jazidos, que não querem deitar...
São os espectros que jazem sobre nossas cabeças,
Feito mariposa em volta da lâmpada.
Louvei promessas, fiz amigos..tantos...
Tantos... que se perderam no encanto de nós dois!
Que não cabem em si, para encantar-se em versos.
O melhor amigo que tenho,
"É um ser etéreo"!...
Converso com Ele, antes de dormir, em sonho e ao acordar...
Enlaça-me em teu Luar de Luz,
Onde permaneço em extrema comunhão.
"Comungo todos os dias"...
A Ostia, dá-me, estrema unção
E morro todos os dias, sobrevivente...
Dos dias que sopram os ventos nas areias e pedras do deserto de nós.
No alto da serras, que a ti procuro em louco devaneio.
Ei!...é para ti que escrevo versos...
Apaixonado, sou por altitude e não me responde...
Esconde-se entre folhas secas...lamparinas estáticas dos nossos mortos.
Túmulos e fotografias nas paredes, cultuo meus antepassados...
É vero.
Sou teu galho partido, quando engatinhas nas árvores de mim
E de mim, são galhos partidos...Unicórnio...
Coloco-me em teus braços...rumo a dor...
Não tens piedade de mim?
É para ti, que escrevo, deleto palavra por palavra...
Pacto de sangue n'alma, fiz ajoelhado nos campos serrados
E nas pedras talhadas de dor..
Cicatrizes foram curando meus relâmpagos
Que saíram de mim trovoadas...
Fizeram chuva no deserto e incerto no caminhos, sonho...
Sonho com disparidades que em mim deixaste...
Feito colcheia em notas musicais, destilando blues...
Abelhas aboletando e lambendo minha face, cuspindo mel.
Velo teu sono, quando sussurro
E urro de dor, quando, no silêncio das palavras....
Escondo os versos em pétalas que se fazem pergaminho...
Sou deuses eunuco, num pacto de sangue...
Tony Bahia.