A FUGA
A FUGA
Fujo para o meu universo interior,
Levo comigo apenas uma foto tua,
Foto impressa nas asas de uma fada;
Fora isso roupas surradas pela labuta.
Meus sonhos nunca se concretizaram,
Queria tanto ter um filho teu...
O destino em nossa vida foi algo torto,
Foi um amigo imposto sem escolha,
Como são as escolhas de nosso coração.
Apresento a você o amigo Destino Torto.
Fujo para o meu universo interior,
Na mochila a fotografia da felicidade,
Não há água para matar a minha sede,
Não há pão e nem peixe para a minha fome,
Mas há a sua foto que me contenta a alma.
No meu universo tão deserto e tão interior,
O meu Deus me deixou plantado no palco,
Esqueceu-se de me dar às falas para o meu ato;
O meu figurino por muito tempo foi restos,
Mesmo macho eu sou a Santa Maria Madalena,
Apedrejado por um conjunto de nucleotídeos errados,
Mas Jesus não me vem se socorrer e me chamar de irmão,
Seus seguidores me apontam o dedo e me exilam.
Fujo para o meu universo interior,
Levo comigo a fotografia inexistente,
Tento saudades quando você brincava com o cabelo,
Do teu tom de voz suave como a brisa,
Mas Parto sem você para que você possa ser feliz.
André Zanarella 23-01-2012