Quisera
Eu quisera não ter normais
Todas a faculdades mentais
Preferia ser louco, insano
Desvairado, pino frouxo
Desequilibrado, fraco das idéias
Eu quisera não ter normais
Tudo que eu tive de mais
Conhecer o sagrado e o profano
Delicado e o robusto
Os espinhos das ninféias
Do que ver a maldade que há
O que o ser humano é capaz
Entender que já não há amor
Quem te pode, oh louco, cobrar
Qualquer reação racional?
Eu quisera não ter normais
Faculdades, mestrados e tais
Onde doutos são débeis mentais
E não tem a noção do valor
De um sorriso, da dor, da amizade
Do fracasso, do amor, do carinho
Da tristeza, da normalidade
Da esperança...
Esperança que não morre