PUNHALADA PENETRANTE
Que coisa é essa, esse mistério impenetrável,
Que tem os segredos, n’alma humana escondidos,
Atrás de muros que não podem ser fendidos
Para que não se liberte o monstro incontrolável,
Que tortura por maldade sem que haja exceção.
É um diabólico pintor com longilíneos pincéis
Traçando os esboços das eternas feras cruéis
Que habitam, do homem, o infeliz coração.
Escala as escarpas para se fazer presente
Ocultando no falso manto a dor extrema,
Juiz para o qual não há palavra convincente
Que suprima a cutelada da sentença suprema
Pois não raciocina e cego por um instante,
O ciúme mata com punhalada penetrante.
29/11/03.