Elegia ao Boto

Eu te amo.

E neste amor há tanta bondade,

Que submete-se a viver só de vontade.

Oh, meu bem, como te amo!

Mata-me aos poucos e fere-me a carne.

Revoltas meu peito e me deixas à margem.

Não me queres mal nem bem.

Queres-me apenas.

Como a onda vai, como o vento vem.

Como o poeta cogita o poema.

Mas não te importas se és paz ou tormento,

Pois és presença e ausência ao mesmo tempo.

Sacias teus olhos e teu ego,

E vai-te embora com o contentamento,

Que roubaste de meus versos

Ainda tão ingênuos e imaturos.

Mas eu amo...

Este mal que me fazes,

O frescor de tua face,

Estas mãos que me afagam,

Este beijo que me furta,

Os teus passos confusos,

Estes versos que me matam.

Eu amo, e não se explica.

De maneira imprecisa.

Quer seja tribulação ou paraíso.

Amo-te, e não há nenhum espanto nisso!

O que seria o amor senão,

Amar e querer bem a quem lhe trai?

E por este amor minha alegria se esvai

Pois não é impaciente nem egoísta.

Eu te amo, oh meu bem, sem pretensão.

Eu te amo e não se explica!

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 28/08/2012
Reeditado em 03/09/2012
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