Um Passeio

Saio a rua,

deixo a chuva molhar,

tanto faz! Nada vai mudar!

Tantas coisas para pensar.

Não tenho para onde ir,

apenas sai. Acho que

vou no meu amigo,

passear com sua Akita.

Além dele me receber bem,

ela vai pular em mim,

lamber e ficar feliz.

A lealdade me agrada...

Continuo vagando e divagando,

coração e razão pensando.

Analisando a cena que

minha volta se desenrola...

Buzinas, gritos, correria.

Onde foi parar a vida?!

Lojas, bancos, cafés,

mercados de esperança.

Triste dança de pernas flácidas

e minha alma segue angustiada,

sozinha e aparentemente desamparada.

Acabou a guerra, hora de voltar para casa.

Sem harmonia, finjo alegria.

Sento na praça, ouço as conversas.

Prefeitos, vereadores, deputados, presidentes.

Imperfeitos, doentes, atrasado que causam sofrimentos.

Corruptores, senhores que poderiam mudar tudo,

mas nada fazem. Indiferente como nós,

assim segue e fazem o diabo com os que nada fazem.

Aprazem a si, enquanto os demais ignoram-se a si.

Levanto, caminho, uma senhora cai,

ninguém se importa. Estendo a mão, ofereço ajuda.

A mesma me ignora, olha-me com raiva,

não sou o culpado pelo buraco na calçada.

Melhor eu nem pensar, seguir andando.

Dou poucos passos, dois carros chocam-se,

gritos e briga, ninguém morreu, não briguem,

apenas dinheiro, nada mais. A vida vale mais!

Pergunto-me: Por que sai de casa?

Ah! A akita, boa amiga, nem imagina

do que escapa, sempre feliz, sempre leal.

Quem dera o homem tivesse outro ideal.

Chego ao portão, a casa fechada,

roupas no varal, ninguém em casa.

Vem correndo a velha amiga,

seus pelos voando na brisa.

Brinco um pouco através da cerca,

ponho-me a imaginar a volta: mudam as pessoas,

mas não a rotina. Assim volto, vagando e divagando

ouvindo a minha própria ilusão.

Rafael Razador
Enviado por Rafael Razador em 28/08/2012
Código do texto: T3852625
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