Eu não queria que fosse assim,
Mas as palavras que brotam em poemas
Daqui de dentro deste inabalável peito
Destoam, desafiam, desafinam, ferem,
Arrancam do fundo os restos de silêncio
E me deixam suspenso num intenso redemoinho,
Perdido e sozinho entre a vida e a morte...

E as palavras são poesia que morre,
Só renasce no alheio de quem a toma.
Distração, descuido, a palavra assombra,
Transtorna, transforma, transporta.

São sentimentos de que não mais se conta
São restos de tanta emoção que já é morta.

E a palavra era luz de poesia luminosa
Outrora majestosa, inda agora opaca,
Parca, porca, torta, farta, morta, morta!
Translúcida é a beleza que não sabemos
Escura é a paz que não temos, não queremos
E se não cremos, não aprendemos, oremos:
Que a pouca poesia da vida nós já perdemos!
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 27/08/2012
Reeditado em 03/05/2021
Código do texto: T3852004
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