Negritude
Somos a carne rasgada
De tanta porrada
Que a mão branca nos ofereceu
E por piedade de graça nos deu...
Todo nosso sangue... No mar Escorreu
Se perdeu...
Nosso coração com emoção... Tum... Tum e lágrimas
Solta a canção
E basta aquela mãe aparecer que...
Há medo
Há silêncio
Há gritos
Há sangue
Há morte
Se foram as raízes
Os órfãos ficaram
Nos deixaram livres
E presos nos laços
Os lábios infantis
Grudados nas tetas secas
Da dona do seu leite...já seco...e inexistente
Morreram também secos também dentes e inocentes
Hoje, somos livres
Não sabemos de onde viemos
Tudo foi destruído
Apagado da nossa mente
Moramos numa senzala disfarçada de
Subúrbios
Favelas
Barracos
E até somos vistos como mal educados cavalos e burros
Mas deveríamos está felizes
Nos restou choro
Lagrimas
Belos apelidos
Pobreza
Estudo e trabalho sem qualidade
É obvio, quem vai querer ensinar e dá poder a
Ex-escravos?!
Um dia
Ainda que distante
A negritude vai dizer
Quem é e a que veio.
Nos aguardem naqueles seios
Fartos inocentes e de esperança cheio.