CORPO DA SAUDADE

Perfaço a travessia do tempo

A indiferença ou um talvez

É o compasso da alma fria

Que cala os sentidos de poder sonhar.

No invisível o implacável

Corpo desferido se precipita

Em monólogos internos

Que o sol da solidão

Ainda é etéreo neste cio.

Tâmaras morangos na janela

Sensíveis fenecem na luz da manhã

Mel ou fel quem sabe nas argilas

É o tudo ou o nada nos ais.

Nessa viagem difusa

Que pulsa incessante

São quimeras remanescentes

Hoje navegam em poemas

Da fúria doce e dos dilemas

Que restam como saudade.

IáraPacini