Chuva

Há coisas tão cruéis dentro do meu coração

Mas não seria crueldade maior aquilo que vejo?

Parada na chuva com meu guarda-chuva azul

Um aperto no peito ouvindo as gotas batendo

Na napa que cobre minha cabeça

Querendo me isolar no meu esconderijo

E deixar que a angustia saia e me deixe bem

Preciso de chuva interna

Que molhe minhas veias, meu sangue

Que me lave por completo

Que me tire de mim

Voa alma, festeje livre o mau agouro.

Festeje o livrar da sombra negra.

Mas não vá de todo, oh Minh ‘alma.

Pois preciso de ti

Ronde livres pastos e volte

Volte feliz

Para que pare de chover em mim