Atenção
Animo-me!
Resolvo a viagem
Outra vez ao mar!...
O ônibus perfura a noite que tenho de viajar!
De vez em quando, um movimento de trem
Mas não é trem
Não há trilhos
Nem maquinista
Nem locomotiva e vagões...
Os sacolejos são em virtude
Dos buracos na estrada asfaltada...
Falta de manutenção.
Minha cabeça funciona a mil por hora
E a 80 também!
Gosto de escrever as idéias que me ocorrem
E eu permito que venham...
Sou uma paisagem humana
Com sombras e claros.
Quem não é?
Não existe gente só triste
Nem gente só alegre existe.
Tudo se mistura em cada criatura...
Posso ver sinais de parto em minha ossatura.
Minha voz por escrito é vária
Minha área circunscrita é pária...
Não sei mais o que dizer do mundo.
Não sei se sou hóspede da vida
Ou se é a vida que se hospeda em mim...
Mais provavelmente, sou sua detentora!
Embriagantes são as belezas
E os prazeres que me oferece!...
Não vou mencionar seus contrários.
Um adolescente despreocupado
Ri do homem que ronca
No fundo do ônibus...
De vez em quando,
Presto atenção a tudo!
Nem sempre...