Atenção

Animo-me!

Resolvo a viagem

Outra vez ao mar!...

O ônibus perfura a noite que tenho de viajar!

De vez em quando, um movimento de trem

Mas não é trem

Não há trilhos

Nem maquinista

Nem locomotiva e vagões...

Os sacolejos são em virtude

Dos buracos na estrada asfaltada...

Falta de manutenção.

Minha cabeça funciona a mil por hora

E a 80 também!

Gosto de escrever as idéias que me ocorrem

E eu permito que venham...

Sou uma paisagem humana

Com sombras e claros.

Quem não é?

Não existe gente só triste

Nem gente só alegre existe.

Tudo se mistura em cada criatura...

Posso ver sinais de parto em minha ossatura.

Minha voz por escrito é vária

Minha área circunscrita é pária...

Não sei mais o que dizer do mundo.

Não sei se sou hóspede da vida

Ou se é a vida que se hospeda em mim...

Mais provavelmente, sou sua detentora!

Embriagantes são as belezas

E os prazeres que me oferece!...

Não vou mencionar seus contrários.

Um adolescente despreocupado

Ri do homem que ronca

No fundo do ônibus...

De vez em quando,

Presto atenção a tudo!

Nem sempre...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 17/02/2007
Código do texto: T385036