Redenção

No sopro do vento que soa como cânticos em meus ouvidos

Sussurros esquecidos na nevoa purpura dos desejos

Ouço o milagre da vida

A magia que flui pela terra

Numa energia latente que ecoa pulsante pelo mundo

Como sangue na veia densa

Em braços divinos meus olhos semiabertos observam

O anoitecer que desce sobre a superfície mundana

Como cortinas de um espetáculo que se encerra

Seus braços quentes e cálidos

Trazem um sentido de lar.

Um estar em casa que nunca antes senti.

Os soluços que em espasmos saem de meu peito

que arde em combustão de chamas indolores

São libertadores

E a cada sopro de ar que passa por meus pálidos lábios

Sinto meus erros sendo purgados

E minha alma ficando mais leve

Em meu peito a certeza do pertencimento

O sentido de ser aferroado em minha carne

Cada batida rítmica de meu coração alquebrado

Me guiou até esse momento singelo

Em que meus passos tortos e errantes

Tornar-se-ão firmes

Meu corpo em queda

Desfazendo-se em pó e convertendo-se em nada

Eu sou o mundo e fluo por tudo

Escorrendo pela terra

Como uma parte importante de um ciclo eterno

Em que um é todos, todos são um.