A Que Tudo Colhe
Quantos por este mundo já passaram?
E todo a sua marca aqui deixaram,
em pequenos círculos ou no mundo inteiro.
Alguns pouco ficaram e outros muito aproveitaram.
A vida conturbada do grão de arreia,
grãos de arreia dentro de outro grão.
Lutamos por espaço e nada conquistamos,
tudo aqui deixamos, o pior é a falta que fica no ar.
Palavras pronunciadas, olhares profundos,
belos sorrisos, abraços fortes, a pouca sorte,
os risos do azar, daquela pessoa que uma vez
na vida encontramos e nunca esquecemos.
O momento do primeiro beijo de dois seres,
Lembrança compartilhada, assim como a
primeira vez na cama. Até o encontro da
pessoa certa e a saudade sempre tem a porta aberta.
E os grãos vivem no grão, lutando por espaço,
viver é aprender e não tudo ter, viver é chorar.
perder-se, se encontrar e lembranças acumular.
Passa voando e o sino que não atrasa a hora certa aguarda.
Então que vem a foice, colhe a vida, o espaço
conquistado perde-se, as lembranças carregamos
e a saudade aqui fica. Sejas bem vinda dona morte!
A única que tudo colhe...