ME CALO!
Agora entendo a poesia, pois assim me faço opinativo,
Não consigo rimar com a maestria PARNASIANA,
Apenas as faço com um ponto interrogativo,
Pois que meus pensamentos me profana!
Versando posso falar do amor, e de saudade,
Coisa improvável para a minha voz sem expressão,
Em prosa não vos digo, pois não faço canção,
Apenas me deleito com a poesia de falsidade!
Pois disse o poeta, que o poeta é mentiroso,
Um horror em minha alma adentrou com tal lido,
Pus-me a ponto de bobo ofendido,
Pois que de poesia me faço ditoso!
Não sei escrever como penso as coisas,
Apenas penso as coisas e escrevo,
Será que o poeta disse a verdade com o que relevo,
Ou será que eu aceito as coisas, como coisas?
Ao que pensa o poeta sobre a mentira, não sei,
Apenas minto para mentir o que eu minto,
Sei falar de tudo quanto sinto,
Mas não sei falar de tudo a que pensei!
Apenas penso para escrever e não falo,
Sinto em cada letra uma inspiração,
Quando em voz me torno ativo, me calo,
E assim escrevo, sem orientação!