AGORA, SIM: EX-AMADA

É de boa norma informar

Que na madrugada recente

Um anjo-mulher recomposto

Propôs-se: a mim se enlaçar

E, irresistivelmente,

O que era teu posto,

Ela agora ocupar.

Não tem preço a cobrar,

Exceto que as carnes suas,

Estando encobertas ou nuas

Sejam por mim desfrutadas,

Cabendo-me a contrapartida

De em volúpia desinibida

Deixar-lhe recompensadas

As corporais profundezas.

Estou mais que tentado

A dar por aceito o ofertado.

Em tempo: disse-lhe o SIM com prestezas.

Fostes demais arrogante,

Mui auto-confiante,

Tratando-me com invariável desdém.

Aos meus apelos te fizestes de surda,

Vezes muitas fingistes de muda

Comigo nunca indo além

De ter-me a mim como objeto

Para carnais prazeres teus

Sem nunca suprires os meus

Anseios de algum afeto.

Dando-se por satisfeita

De teu lado nunca tive aceita

Demanda minha qualquer

De te sentir a mulher

Que ao homem se entrega por algum prazer

De com ele estar e somente com ele fazer

Tudo quanto for de íntimo agrado.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 24/08/2012
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