Quarto de veludo
Abandonas-me ferida
Presa
No declive estonteante
da vertigem
Quando a chuva desce suave
pela janela e
todas as rosas
murmuram teu nome
Fios de chuvas
transparentes e frias
um exército de teias altas
que enlaçam meu corpo
mas não prendem
Desço lentamente
ao vazio aturdido
do silêncio
do meu quarto de veludo