dos abraços que não te dei
vem a noite como aquelas de antes
vem a imagem ao alcance dos olhos
mas não vem nada mais
que a dor e a impotência, que vêm
e são de quem vê a morte do amor que ainda tem.
vêm o quase-carinho, o quase-tocar
de quem sente a vontade
mas não a pode acalmar.
vêm o rir de mentira
e a tristeza escondida
de quem não consegue entender
vêem as memórias-tantas que vêm
com modos diversos
de ver.
vem o amor que se sente
sem poder-se sentir
não vem o sorriso-inteiro, a alegria intensa
que não mais quer vir.