Agonia

era torto o riso indefeso

e a madrugada de olhos acesos

queimou sem medo mãos ao avesso

do que foi, do que passou

nada, só nós entre os dedos

só pó no caminho do meio

restava vestir-se de versos

sentar-se na porta da poesia

fingir e fingir uma dor alheia

na espera do que não veio

no degrau de todos os defeitos

beber e vomitar devaneios

foi a esmo todo um dia

tão prolongado por uma vida

do batismo à morte, um só suspiro...

agonia...

Anna Selva
Enviado por Anna Selva em 24/08/2012
Reeditado em 12/03/2014
Código do texto: T3846185
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